domingo, 21 de novembro de 2010

Nossos casulos ..


Quando li Cris Guerra algo chamou minha atenção: "(...) eu me pari mil vezes. Nova, diferente, corajosa. Atirada, confiante, inteira. Aquela urgência que eu não compreendia era a minha urgência de ser." Os processos internos de auto-superação são enriquecedores. Considero mesmo uma morte em vida. Porque quando conseguimos nos libertar de velhos hábitos nada saudáveis e desfrutar de situações novas é como se fosse um renascimento. Houve uma época em que minha filha não subia em elevadores. Na busca do autoconhecimento foi, aos poucos, enfrentando e compreendendo o monstro que habitava em suas cavernas. Hoje ela trabalha no décimo oitavo andar de um edifício.

Eu mesma sempre fui uma motorista passiva. Aquela que fica ao lado do marido indicando quando reduzir, chamando atenção para os quebra-molas ou apertando o pé para frear. Hoje, depois de muitos desentendimentos e algum esforço pessoal, prefiro observar o verde das árvores e o azul mansinho do mar. Desfrutar da posição de carona. Nada fácil, mas possível quando se põe atenção em si mesmo e uma dose considerável de boa vontade. "A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada", dizia Saramago.

Sobre esse assunto, não há manual ou livrinho de regras. Cada qual encontra as luzes para se fortalecer individualmente. É incrível aquela máxima: “Quando o aluno está pronto, o professor aparece.” Porque o conhecimento universal está aí sempre a nossa disposição. Basta que queiramos absorvê-lo e aplicá-lo em nossa vida mesma.

Rubem Alves diz assim: "Quem tenta ajudar a borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que não podem ser ajudadas. Têm que acontecer de dentro para fora." Verdade!

3 comentários:

  1. sensacional seu texto Chris...

    é a mais pura verdade.
    a gente renasce tanto... e dói... mas como é importante !

    beijo enorme !

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  2. Sim, renascemos ou podemos renascer sempre... Por isso, a necessidade de vivermos o tempo d´agora, onde a hora do crescimento é a mesma do tormento e/ou do sentimento. Viver "apregado" (em bom cearês) ao passado ou ao futuro, nos tira a chance de crescimento, verdade, autonomia, aprendizagem, maturidade... Bom viver dia-a-dia, a vida assim jamais cansa, diz em algum lugar o Quintana... Bom saber também que o amor nos permite viver o tempo na mesma hora e crescemos muito com nossos pares... Que você renasça sempre de sonhos e promessas pueris, que olhe para vida com olhos infantis, porque assim guardará esse segredo em seu coração e entenderá, na longa estrada feminina, o sim e o não... Beijo

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  3. Tantos caminhos...muitos recomeços e é assim mesmo.Adorei.
    bj

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