quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ai que lindo!!

VOX ANGELI = Impossível não compartilhar =

Desapego ..


Estive lembrando situações em que sentimos apego. E não foi nada difícil recordar algum objeto, lugar, pensamento ou até mesmo pessoas a quem nos tornamos, de certa forma, dependentes. Quando morei por alguns anos em Fortaleza, adorava fazer caminhadas na Beira Mar. Ali havia o Ponto do Guaraná, barraquinha que vendia o delicioso suco de limão com guaraná. Sempre que acabava a caminhada, era bem refrescante o suco geladíssimo. Às vezes eu estava em casa, uma chuva fortíssima, logicamente dia sem caminhada, e a vontade de tomar o suco estava lá, viva. Já tinha criado o hábito. Nada saudável. E como foi difícil ficar livre, por meu próprio esforço, de tomá-lo todos os dias.

Acredito que esse tipo de apego é comum também entre pessoas. Rubem Alves diz que “Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar.” Verdade. Porque o verdadeiro amor é assim. Só que fomos acostumados a vivê-lo de forma possessiva. E em nosso cotidiano tudo se renova a todo instante. Mudamos de fase, de emprego, de bairro, de cidade. Pode parecer absurdo, mas integrar a morte em nossas vidas nos ajuda a viver mais plenamente. Eugenio Mussak diz: “Como não sabemos, só nos resta acreditar. E crença é imaginação, não certeza, mas seu poder é irrefutável, pois é capaz de usar os pensamentos para acalmar os sentimentos. No fim é isto que importa, pensar e sentir para poder viver. Há apenas dois modos de abordar a morte enquanto existe vida: ignorá-la ou pensá-la. A primeira de nada adianta, enquanto a segunda ao menos traz mais cartas para o jogo da vida, criando novas perspectivas.”

Ampliemos nossa compreensão. Enfim busquemos soluções para aqueles problemas adiados, como se o tempo não passasse. É só perceber o que já terminou em nossas vida, e não reconhecemos. Muitas vezes nos apegamos a situações que já não fazem mais sentido, somente pela rotina. Despedir-se faz bem. Recomendo o Pequeno Buda, filme belíssimo. Uma verdadeira lição ver os monges tibetanos destruindo as mandalas de areia, exercitando a impermanência, a generosidade, a entrega, a aceitação e o desapego. E olha que as mandalas são verdadeiras obras de arte, feitas minuciosamente. Coragem pra todos nós!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Palavra escrita e cantada ..

Há encontros primorosos. Quando eu era bem jovem levei dias, talvez meses, admirando o disco Chico e Caetano. Nossa! Muito depois disso, fiquei emocionada quando vi a lágrima de Saramago, após apreciar – pela primeira vez – o filme que retratou `Ensaio sobre a Cegueira`, dirigido por Fernando Meirelles. Meirelles captou com fidelidade a mensagem, escolheu com perfeição os atores, o cenário, tudo, conforme estava no livro de José Saramago. Encontro rico, raro. E o acordeão de Dominguinhos com a guitarra de Marcelo Camelo? Poesia. Agora divido com vocês a degustação do encontro da canção com o ato de escrever. Ou seja, a definição pura do ato escrever em melodia. Isso é beleza, é grandeza, é harmonia. Olha só: claridade e lucidez.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cores da Alma


Caminhadas matinais me fazem muito bem.  Gosto mais dos locais abertos. O calçadão, a areia da praia, as praças - a dos Eucaliptos é a minha preferida. Sentir a brisa no rosto, o sol, a vida. Estar em contato direto com a natureza. Apreciar as árvores, o canto dos pássaros, pular as poças, sentir os aromas é tão agradável que refrigera rapidamente minhas ideias. São momentos em que aprecio e agradeço à mãe natureza por tanta exuberância. Pelo auxílio em trazer riqueza e proteção para o corpo e a alma.
Muitas vezes, quando os compromissos diários me impedem de experimentar esse bem-estar de manhãzinha, caminho à noite. E as estrelas dão um toque quase mágico ao meu interior. Quando deixo de ir por alguns dias, sinto-me menos sutil. Rapidamente identificada com o mundo material tão fascinante.
Milton Nascimento tem uma canção belíssima, chamada Anima. Fala de lapidar a alma. Ele usa com tanta poesia as palavras que mais parece uma oração. Usa o amanhecer e o entardecer como inspiração. Toca profundamente o meu ser. Especialmente quando diz assim:
“Alma vai
Além de tudo
Que o nosso mundo
Ousa perceber
Casa cheia de coragem
Vida
Todo afeto que há no meu ser
Te quero ver
Te quero ser
Alma
Te quero ser
Alma”


domingo, 6 de junho de 2010

Aniversário é assim ...


Dia de aniversário é assim, a gente acorda, recorda, reflete, percebe-se, agradece. Muitos beijos. Café da manhã cheio de calor. Flores. Detalhes pequenos que enchem a vida de alegria. Sol. Manhã azul e colorida pelas borboletas. Abro o e-mail e vejo esse lindo vídeo enviado por minha querida amiga Cleo. Ciclo. Compartilho porque é lindo. Agradeço porque me completa, me expande, movimenta positivamente a minha essência.

Ciclo da Vida

Desde o dia que chegamos ao planeta
E abrimos nossos olhos para o sol
Há mais a ser visto além do que já vimos
E mais a fazer do que já foi feito

Alguns dizem "devore ou seja devorado"
Outros dizem "viva e deixe viver"
Mas todos concordam juntos
Você nunca deve tirar mais do que dá

No ciclo da vida
Esta é a roda da fortuna
Este é o salto da fé
Esta é a faixa de esperança
Até encontrarmos nosso lugar
Nos caminhos que se desenrolam
No ciclo, no ciclo da vida

Alguns de nós caem pela estrada
Enquanto outros alcançam as estrelas
Alguns de nós navegam acima dos problemas
Enquanto outros tem que viver com as cicatrizes

Há muito para se conseguir aqui
Mais para se encontrar do que o que já foi encontrado
Mas o sol se move alto no céu azul safira
E mantêm-se, ora grande, ora pequeno, neste ciclo sem fim

No ciclo da vida
Esta é a roda da fortuna
Este é o salto da fé
Esta é a faixa de esperança
Até encontrarmos nosso lugar
Nos caminhos que se desenrolam
Neste ciclo, no ciclo da vida

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Bonitinhas ..



Eu e minha irmã.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Aponta pra fé e rema!















 De vez em quando a nuvem do medo nos envolve. Rubem Alves sempre diz que há várias faces do medo, além daquela que nos preserva a vida. Ele diz que somos como os animais. Coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas os animais só sofrem como se deve sofrer, ou seja, quando algo terrível ocorre. E nós, tolos, sofremos porque algo terrível pode acontecer, e o terrível-não-acontecido toma conta de nossas vidas. Já pensou como perdemos tempo por isso? Ele lembra também que quando faz algumas orações se sente mais protegido.  Mas diz que os deuses não nos protegem do medo. Eles nos convidam à coragem de viver a despeito dele.
É isso, eu concordo. Acontece que quando fico muito envolvida pelo medo, luto contra mim mesma para conseguir fazer o contrário. Procuro lembrar com muita clareza de outras situações em que estive paralisada pelo temor, mas desenvolvi coragem para sair adiante. É uma força impulsora que me faz passar da fase da indecisão e do estancamento. E se formos olhar bem de perto o medo ainda deixa um estrago em nossa saúde. E ficamos com situações distintas: a do medo e a do probleminha de saúde.
Robinson Crusoe, amadurecido por sua experiência, isolado na ilha, teria comentado com o amigo Sexta Feira que há uma coisa que ele aprendeu, que o medo do perigo é sempre muito maior do que o próprio perigo. A cosmologia chinesa diz: “Nossa mente precisa ser esvaziada e preparada para compreender o saber e não para somar saber. Compreensão não é o mesmo que erudição." E Fernando Pessoa diz que a erudição é uma soma de conhecimentos, no entanto a compreensão é uma VIDA.
Acredito de verdade que o aumento da consciência - a exata noção da realidade sobre nós e sobre a situação de apreensão - é o melhor caminho. Renascer dentro da treva. Aí está a grande descoberta. Porque se nos propusermos a deixar nossas debilidades de lado em busca de luz para nossas cavernas interiores, receberemos ajuda. Jesus nos ensina a confiança: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á;porque todos os que pedem, recebem; os que buscam, acham;e a quem bate, se abre."(Mateus, 7:7-8.)
No fundo no fundo essas inspirações me fazem muito bem. Na hora certa temos que acender as nossas pequenas estrelinhas. E olha só como Platão ajuda: “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.”