quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tempo é relativo ..


Vejo que está em nossas mãos realizar algo que considerávamos não haver tempo suficiente. Digo isso por pura observação de alguns projetos antes nem sonhados, agora concretizados. Há uma molinha secreta que vai impulsionando nossas ações, quando se percebe: pronto, já é! E sem nenhum golpe de passe de mágica. Esforço de verdade. O que fez a diferença? A molinha, o querer profundo, a atitude de proatividade nos detalhes torna possível o improvável. E, claro, uma boa dose de organização, essencial ao sucesso de objetivos.
Rodrigo Amarante na canção Evaporar poeticamente descreve suas descobertas em relação ao tempo que se perde: “O tempo que eu perdi. Só agora eu sei. Aprender a dar. Foi o que ganhei.” Concordo que no aprendizado estão muitas das chaves que precisamos para nos guiar. Porque no aspecto da inquietação consigo mesmo ou da forma como atuamos é que se move a forma como firmemente rompemos obstáculos. 

E Caetano Veloso escreveu uma oração, Oração ao Tempo. Depois de chamar o tempo de compositor dos destinos, ele diz: “Por seres tão inventivo. E pareceres contínuo. Tempo, tempo, tempo, tempo. És um dos deuses mais lindos. Tempo, tempo, tempo, tempo.”  Uma relação de possibilidades, movida por descontinuidade e soberania. A conexão com a Divindade, acredito, é onde estão as ajudas e os impulsos para a verdadeira superação.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Envelhecer ..


Música boa é fundamental em nossas vidas. Faz um tempinho, descobri o http://www.naturamusical.com.br/#/default/.mus Site em que a gente pode escolher o tipo de música que quer ouvir. Escolhemos por tema. Por exemplo, pode clicar em ´Ler´ e começa um fundinho musical próprio para quem está fazendo leituras. Há várias opções: colorir, viajar, suspirar, despertar ... Pra quem recebe estímulos pelas notas musicais é uma beleza.
Não consigo ficar sem ouvi-las, interpretá-las. Gosto de perceber as letras e pensar na sutileza que é construi-las: “A coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer  ...  Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer.” Arnaldo Antunes, em ritmo de iê iê iê. Uma bela canção sobre como utilizar os anos que nos restam para estar no meio do cilcone e pode aproveitar. O cilcone da própria vida, continua ele: “Não sei porque essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender.”
É quase um tratado, um manualzinho sobre a velhice consciente e, acima de tudo, feliz. Porque ele tem o cuidado, a plena capacidade de rir de si mesmo e refrigerar as descobertas. Quase o mesmo sentido que Leonardo Boff descreve, em 12 de dezembro de 2008, quando completou 70 anos, em Oficialmente Velho. Texto riquíssimo, transcendental porque desvenda com clareza os objetivos do crescimento humano. E aí, de entendimento em entendimento, há o que Boff aprende com Herzer, menina de rua e poetisa: "eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver." Enriqueçamos o tempo que ainda temos: “Estamos sempre em gênese.”

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Recriar ..



Gosto de apreciar a beleza do efeito que algumas palavras causam em nós: "Não te deixes destruir... Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre." Cora Coralina.  Não sei em você, mas percebo que fica lá dentro impresso em mim o desejo pleno de realizar a verdade entranhada na energia do rejuvenescimento, da recriação. Alguns poetas e escritores são mestres em provocar estados assim. Sabedoria! Renovação de esperança.
Depois Cora continua: "Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça." Que coisa mais bonitinha de se ouvir. Ok, já que temos que recomeçar, recriar, que seja com doçura, alegria, mais uma vez com esperança. Enchendo a alma de coragem e impulso para seguir em frente. Não é assim?
Porque as pedras, aquela parte da constante luta entre o bem e o mal no Universo, no Cosmos e dentro de nós mesmos, exige que tracemos estratégias. Aí entra a poesia. A leveza das palavras substitui com muita inteligência as densidades negativas. Um bálsamo pra alma. Impulsiona, aí assim, o efeito contrário: a atitude adequada. E só mais uma fofura de Cora, só mais essa: “Coração é terra que ninguém vê.”