Certa manhã eu estava em meu local de trabalho, quando chegaram alguns estudantes. Garotos. Eram aquelas visitantes que faziam pesquisas escolares. Estavam cheios de perguntas e entusiasmo. Um deles, mais decidido, perguntou quase de pronto: “É difícil coordenar um grupo tão grande de pessoas?” Respondi também, sem demora: ”Sim, é muito difícil. Se eu já dou tanto trabalho a mim mesma, imagina!” Bem, a reflexão passou pelo filtro das minhas escolhas diárias. E observei que tantas vezes não foi fácil perceber, compreender e abrir mão de meus medos, defeitos, complexos e manias. E teimei. Ou seja, falhei. Percebi que escolher estratégias da minha própria vida pratica que me levassem a decisões acertadas, no cotidiano dos relacionamentos, dependia de uma boa dose de boa vontade e amor. Começando sempre por mim mesma.
Ampliei um pouco a lente e pensei nos filhos. Quem dera poder falar, ensinar, educar com palavras, conselhos e regras. Não, não basta. Já tinha percebido também que o que mais vale é o exemplo. E minha observação dizia que os filhos colhiam nossos acertos, guardavam num local secreto, mas tinham suas próprias escolhas e experiências. Aqueles garotos queriam agora ampliar mais ainda o prisma da observação para o ambiente profissional. O que passa é que para desempenhar o ofício diário, passamos pela convivência e comunicação direta com os nossos pares. Atenção conosco mesmo mais uma vez é a chave para superar as dificuldades.
O que naquele momento eu não poderia dizer realmente a eles é que sobre aquela pergunta, hoje em dia, há amplas discussões, workshops, coaching. E que para trilhar os caminhos da gestão com eficiência precisamos nos cercar de ferramentas internas e aperfeiçoamento diário. Cada um pode buscar os alimentos que julgue necessário para orientar sua observação interior. E Dante Alighieri deixou uma boa pista: “Não fostes criados para viver como bestas, e sim para seguir a virtude e a sabedoria.”